29 de maio a 15 de junho de 2014

Parque de Exposições Sebastião Alves do Nascimento - Patos de Minas - MG

Talvez um espanto, talvez um encanto! Tudo isso num ponto de partida.

Talvez um espanto, talvez um encanto! Tudo isso num ponto de partida.

O grupo teatral "Ponto de Partida" é um ponto de chegada e descoberta e sensibilidade e talento e tudo,  tudo de bom. Como isso demorou a chegar até nós?  Que maravilha! Estive neste sábado assistindo ao espetáculo "Ciganos"  no teatro Municipal e de repente pude constatar que os tempos estão diferentes. Em pleno sábado, onze horas da manhã o teatro lotado, todos completamente absortos à conjunção da quase perfeição. Som, luz, atores, produção, poesia, sensibilidade, roteiro, alegria tais quais borboletas e amanheceres de pássaros. Um espanto!

O texto escolhido do poeta Bartolomeu de Queiroz floresceu na interpretação dos atores e me vi rindo, presa às lembranças de menina, vendo os ciganos chegarem com suas roupas coloridas, colares e aneis de ouro e as alegrias, o medo e encanto que traziam e levavam por esse mundo de Deus. Este mundo de vento que se segue e nós a suspirar.

Saí do espetáculo simplesmente apaixonada, doida para encontrar um jeito de trazê-los de volta ainda neste Balaio 2014.

Comprei todos os DVDs e CDs do grupo. Passei o fim de semana escutando, vendo, degustando cada espetáculo do grupo. A eles se juntam Miton Nascimento, Os Meninos de Araçuai, Pau Brasil e nós patenses que os assistimos nesta manhã preciosa de sábado, trazendo luz no alvorecer de nossas almas. Ficamos tão tocados que jamais esqueceremos.

Minha mãe, portadora de Alzheimer, tomou-se de um prazer e uma quietude de menina, escutando o Cd " nhá terra", enquanto íamos passeando no carro na tarde do mesmo sábado.  De repente, as ruas e o nosso passeio se tornaram palco de teatro, onde outra vez eu, e ela, meninas, assistíamos a mais um espetáculo do grupo.

Ponto de Partida, barbaceneses e mineiros. Carregam a honra de ser puro talento, exemplo de empreendedorismo inteligente, sensibilidade para pesquisa e deleite. Tais quais odores de papéis roxos das maçãs argentinas! Até isso, meu Deus! Um espanto e um encanto. Quem disse que não podemos viver de arte?

 

Regina M. Faria Carvalho

Presidente do Balaio de Arte e Cultura - 2014

 

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